O afastamento do governador Wanderlei Barbosa pelo STJ trouxe o Tocantins novamente para uma velha realidade: a de um Estado que parece condenado a não concluir mandatos de forma plena. Laurez Moreira, antes vice, assume como governador em exercício e já inicia mudanças no primeiro escalão — algo natural, mas que desnuda um problema ainda maior.
Mais do que a troca de nomes, o que se vê é a paralisia. Um governo que vinha em ascensão, com projetos em andamento, agora volta à estaca zero. Se Wanderlei retornar, será mais um rearranjo, mais uma dança de cadeiras, mais um ciclo interrompido. Quem perde com isso não são apenas os grupos políticos, mas o povo tocantinense, que precisa de estabilidade para trabalhar, ter emprego e ver seus municípios avançarem.
No meio desse tabuleiro estão os prefeitos, deputados e agentes políticos. Muitos eram aliados de Wanderlei, mas agora se veem obrigados a recalcular rotas. Não por escolha, mas por necessidade. A sobrevivência de seus municípios depende do apoio da máquina estadual. Entre a lealdade e a sobrevivência, resta um receio permanente: aproximar-se do governo interino pode soar como traição; manter distância pode significar isolamento e prejuízos para sua cidade.
Enquanto isso, forças que atuam em Brasília e têm trânsito nos tribunais superiores voltam a mostrar que o Tocantins é refém de interesses que extrapolam as fronteiras do Estado. A cada novo movimento judicial, reinicia-se a mesma história: desmonta-se o que estava sendo construído, recomeça-se do zero, e a população assiste, mais uma vez, a um ciclo de promessas interrompidas.
O Tocantins não sofre apenas com trocas de gestores. Sofre, sobretudo, com a incapacidade de completar um ciclo administrativo sem rupturas. E sem continuidade, não há desenvolvimento que se sustente.
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