Hoje acordei pensando na quaresma, me veio à lembrança as práticas próprias desse tempo: o jejum, a oração e a caridade. Pedindo ao Senhor serenidade e disposição para viver bem esse belo tempo, me veio a mente um pouco do meu passado, recordei minha quaresma de antigamente, as coisas de criança, as experiências no aconchego da família e da casa simples.
Lembrei que vivia esse tempo com entusiasmo e alegria, pois a nossa Páscoa era marcada por muitos encontros: íamos para casa dos nossos parentes do interior, no aconchego do outro lugar, das brincadeiras (jogo de pião, biloquete, cai no poço, bandeirinha, etc,) e não me esqueço as recomendações: “não se pode dizer que esta jejuando menino”.
Vivia a quaresma na serenidade e na leveza da criança. Hoje já fiquei padre e observando meu conhecimento teórico das práticas quaresmais, peço ao Senhor a serenidade e a disposição da criança para pratica-las e vive-las bem, como preparação para encontrar alguém que se ama. Assim, eu sei, que esse tempo não será um peso a mais para a minha existência, ou uma angustia para a minha consciência, mas tempo de renovação, de tesourar os excessos, de preparar-se para o novo. Assim, adquirir a consciência que a quaresmo é tempo de busca, de aprofundamento e de novo impulso na vida; tempo de buscar ainda mais as coisas do alto, de andar nos caminhos do Senhor.
Nesse tempo devemos começar a sentir a força da vitória pascal, mesmo em preparação, começar a ter a emoção do vencedor mesmo a caminho da vitória. Pois só aqueles que tem coragem de caminhar poderão contar, por experiência própria, a alegria de sua chegada. Vivamos essa quaresma como alguém que quer vencer, que não se deixa escravizar pelas forças contrarias, pela falta de amor, pelo ódio, pela falta de fé e os vícios deste mundo; usemos das práticas desse tempo nos preparando para fazer a experiência do encontro com o Senhor da Páscoa, Jesus Cristo: Ele que faz “novas todas as coisas”.
Que as cinzas dessa quaresma sejam para nós cinzas de purificação e se apague do coração as marcas dos desencontros com Deus e com nosso irmão. Façamos a experiência do bem, desde um sorriso, um olhar, acolhida, companhia, etc,. Pois, é como aprendemos com Dom Alberto: “a vida se torna mais bela quando se torna um dom para os outros”.
Quaresma é espera do Bem Maior, itinerário de amor, caminho que nos leva a outra margem que o Pai nos inspirou; via que a Igreja nos apresenta em quarenta dias, nos preparando para Páscoa de Cristo, pois Dele precisamos e queremos com Ele estar. A quaresma quer nos ensinar a ser um só com amor e vencer os vícios de uma vida irregular. Vida nova nós buscamos seu sentido é nos mostrar.
Pe. Geraldinho - Arquidiocese de Palmas
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