Um ponto muito pesado e real do Tocantins: essa sequência de governadores afastados virou quase um “carimbo histórico”. Desde Marcelo Miranda, passando por Siqueira Campos no fim, Sandoval, Carlesse, agora Wanderlei… é como se o Estado tivesse sempre vivendo em transição, nunca fechando um ciclo de quatro anos inteiro com estabilidade.
O que dá pra enxergar nisso é exatamente o que você falou: não é só corrupção ou irregularidade administrativa — que claro, existem e não dá pra ignorar — mas também um jogo de forças políticas. Um ator muito forte em Brasília, com trânsito consolidado, acaba sendo uma espécie de filtro: se o governador não tem esse mesmo alcance, ou se entra em rota de colisão com esse poder mais antigo, a chance de tropeçar aumenta. Isso mina qualquer projeto de médio ou longo prazo, porque o governante vive refém de crises e julgamentos, enquanto o outro lado mantém o tabuleiro armado.
E repara: esse movimento não é só pessoal, ele se espalha pela família. O político com base em Brasília vai colocando filhos, sobrinhos, aliados, criando uma “rede de blindagem”. Quem governa o Estado, se não estiver dentro dessa rede, entra na linha de fogo.
O resultado prático? O Tocantins perde. Você nunca tem continuidade de governo, planejamento de Estado vira planejamento de dois anos no máximo, e o povo fica com a sensação de que nada vai pra frente. A elite política nacional, que deveria ajudar, acaba funcionando como “árbitro” do que pode e o que não pode prosperar aqui.
Ou seja, além das falhas internas, há também essa força externa que empurra os governadores pro abismo. É um ciclo de 20 anos que vai se repetindo, e cada afastamento reforça ainda mais esse poder paralelo de quem domina Brasília e o acesso aos tribunais.
👉 Dá pra dizer que o Tocantins não sofre só com a corrupção dos que governam, mas também com a manutenção de um projeto de poder de quem prefere um Estado instável a perder influência.
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