Política e Estado Irmandade
Retorno de Wanderlei Barbosa expõe lealdades e revela bastidores da maior crise política recente no Tocantins
Com a formação de maioria na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo três votos favoráveis ao relator Nunes Marques, além dos ministros André Mendonça e Luiz Fux, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) reassume oficialmente o comando do Estado. A decisão encerra—ao menos por ora—um dos períodos mais tensos da política tocantinense.
10/12/2025 22h22
Por: Redação

 

 

Mas, nos bastidores, a leitura é uma só: essa vitória teve muitos “pais”, mas poucos protagonistas reais.

 

 

Lealdade testada e quase ruída

 

 

Durante os mais de 90 dias de afastamento, o cenário político se fragmentou. Deputados aliados balançaram, articulações paralelas surgiram e, segundo interlocutores, alguns parlamentares já estavam na iminência de aderir ao governo interino de Laurez Moreira. Conversas avançaram, compromissos começaram a ser sondados e havia quem já desse como certa a migração.

 

Ainda assim, um ponto travou qualquer mudança brusca:

o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres, que se manteve firme ao lado de Wanderlei mesmo sob forte pressão.

 

 

A peça-chave do tabuleiro

 

 

Amélio não pautou impeachment, não discutiu impeachment e nem permitiu que o tema ganhasse corpo dentro da ALETO. Mesmo sabendo que existiam condições para movimentações mais drásticas, o presidente segurou a linha e preservou o mandato do governador.

 

A aliados próximos, Amélio reforçou que não trataria de afastamento, não abriria precedente institucional e não participaria de qualquer ação que incendiasse ainda mais o momento político.

 

Essa postura é hoje reconhecida — até por quem quase deixou a base.

 

 

Fidelidade em silêncio

 

 

Além de Amélio, outros deputados permaneceram fechados com Wanderlei, sem sequer abrir diálogo com o interino. Não participaram de reuniões, não atenderam convites e mantiveram a palavra até o fim, mesmo pressionados por prefeitos, grupos regionais e articuladores externos.

 

Essa resistência silenciosa pesou na balança.

 

 

E agora? Reconfiguração garantida

 

 

Com o retorno confirmado, a expectativa agora se volta para os próximos passos de Wanderlei Barbosa:

 

 

 

O governo aproveitará o momento para consolidar aliados que permaneceram firmes e definir o tratamento para aqueles que titubearam — seja com reaproximação, seja com distanciamento calculado.

 

O fato é que a crise deixou marcas e ensinamentos. E, como toda grande turbulência política, mostrou quem ficou, quem pensou em sair e quem não hesitou em permanecer.

 

Agora, o Tocantins entra em uma nova fase: a do retorno, da reorganização e da avaliação interna de forças.