A imagem registrada durante a sessão da Câmara Municipal de Araguaína — com Max Fleury, Ygor Cortez e Lucas Campelo lado a lado — parece, à primeira vista, apenas um retrato institucional. Mas, para quem acompanha os bastidores da política tocantinense, a foto diz muito mais do que mostra.
Os gestos, os sorrisos e a composição da mesa revelam um movimento silencioso, mas poderoso: o afastamento gradual de dois vereadores de seus grupos de origem e a construção de um novo eixo político na cidade.
Vereadores abandonando barcos e acordos
Tanto Max Fleury, presidente da Câmara, quanto Ygor Cortez, 2º vice-presidente, sinalizam algo cada vez mais evidente: estão se afastando de seus antigos líderes e rompendo acordos não declarados para seguir um novo rumo.
• Max, historicamente próximo dos irmãos Guimarães, hoje mostra uma mudança nítida de direção.
• Ygor, do Podemos — partido liderado pelo deputado federal Tiago Dimas — também dá sinais claros de desalinhamento da orientação partidária tradicional.
Ambos se aproximam publicamente de Lucas Campelo, vereador mais votado da cidade e pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, mesmo partido do prefeito Wagner Rodrigues.
Coincidência? Na política, dificilmente.
Max Fleury: de aliado dos Guimarães a herdeiro do Wagner
O movimento de Max é calculado e estratégico. Ele tenta deixar claro, cada vez mais, que está ao lado de Wagner Rodrigues, demonstrando lealdade total ao prefeito.
E isso tem motivo:
Max quer ser o candidato de Wagner à Prefeitura de Araguaína.
Para isso, precisa se afastar dos Guimarães e mostrar que segue 100% alinhado ao prefeito — tanto no discurso quanto nas companhias.
E Lucas Campelo, por sua vez, aparece como peça-chave dessa engrenagem.
Lucas Campelo no centro da reviravolta
Do outro lado da mesa está Lucas Campelo, pré-candidato a deputado federal, com:
• força popular,
• apadrinhamento de Gaguim e Dorinha,
• e o apoio crescente de nomes estratégicos do Legislativo municipal.
Por estar no União Brasil, o mesmo partido do prefeito Wagner, Lucas se torna um ponto de convergência natural dentro da cidade.
E, com isso, vira também o nome ideal para unir Câmara, Executivo e a futura chapa governista.
Quem está com ele, está com Wagner. Quem está com Wagner, está com Dorinha. E quem está com Dorinha… pode estar, em breve, com Gaguim, que cresce como possível nome ao Senado.
As peças parecem estar se encaixando sozinhas.
Quando a foto vira mensagem
Max ao lado de Ygor.
Ygor ao lado de Lucas.
E os três, juntos, num clima de perfeita sintonia.
A foto, mais do que registrar uma sessão ordinária, se transforma em um aviso político: “Estamos caminhando juntos. E estamos caminhando para o mesmo lado.”
Um lado que, ao que tudo indica, pode não incluir mais:
• Tiago Dimas,
• Raul Guimarães,
• nem, possivelmente, a estrutura do grupo Bora Produzir.
Rumo a um único projeto?
Wagner Rodrigues apoia Dorinha.
Dorinha fortalece Lucas.
Lucas reforça Max.
Max se aproxima de Wagner.
E Gaguim surge como possibilidade real ao Senado.
O que parecia uma foto descontraída acaba revelando uma engrenagem política em plena montagem — onde cada peça está se ajustando ao projeto maior que pode comandar Araguaína e influenciar diretamente a eleição de 2026.
E se tem algo que a política já provou, é que ninguém abandona seu barco sem saber onde está embarcando depois.
Pelo visto, esses três já sabem.