Política e Estado Tocantins 37 anos
Aniversário de Tocantins expõe mudanças no jogo político: cerimônia discreta, ausência popular e sinais de rompimentos estratégicos
E é justamente aí que se desenha uma mudança silenciosa, mas significativa no cenário político local.
06/10/2025 16h54
Por: Redação

O Tocantins completou 37 anos com uma cerimônia discreta e aberta ao público, promovida pelo governador em exercício. Sem shows, sem eventos populares e com presença limitada de autoridades, a comemoração foi marcada mais pelo simbolismo político do que pela festa.
Chamou a atenção a ausência de lideranças de peso e a presença de apenas alguns prefeitos e políticos próximos ao governo. Entre os poucos citados, destacam-se os prefeitos Neto Aires e Thiago Tapajós — irmãos do pré-candidato ao Senado Vicentinho Júnior (PP) — além do deputado estadual Eduardo Mantoan e sua esposa, Cinthia Mantoan. O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, também esteve presente e vem sendo tratado como novo aliado do governo estadual.
E é justamente aí que se desenha uma mudança silenciosa, mas significativa no cenário político local.
Até pouco tempo, a senadora Professora Dorinha (UB) contava com o apoio do chamado G5 — grupo formado pelos prefeitos das cinco maiores cidades do estado — como base estratégica para uma possível candidatura ao governo. No entanto, a aproximação recente de Eduardo Siqueira Campos ao grupo do governador em exercício Laurez Moreira sinaliza um esvaziamento desse apoio e, possivelmente, um racha no G5.
Esse movimento sugere que a senadora pode estar perdendo espaço entre prefeitos que antes a consideravam o principal nome da oposição, o que pode enfraquecer sua construção de viabilidade política para 2026.
Por outro lado, o governador em exercício parece adotar uma estratégia que mistura contenção de gastos com sinalizações políticas. A cerimônia discreta pode passar a mensagem de austeridade e compromisso com o orçamento — uma postura tecnicamente correta —, mas politicamente, pode transmitir distanciamento e falta de mobilização popular.
Enquanto isso, a máquina estadual ganha fôlego, começa a atrair nomes estratégicos e se posiciona para um novo ciclo de poder. A ausência da senadora Dorinha na celebração e a perda de apoio dentro do G5 são sinais claros de que o jogo político no Tocantins está em plena reconfiguração.