Tocantins Por Trás da vista
Laurez abre as portas do Palácio: governo ou condomínio político?
Com especulações de 60% da máquina prometida aos Abreus e espaço reservado ao PT, governador em exercício corre o risco de virar refém das alianças e perder o comando real do Estado.
11/09/2025 21h43 Atualizada há 7 horas
Por: Redação

No Tocantins, o jogo político chegou a um ponto curioso — e perigoso. O governador em exercício, Laurez Moreira, parece ter se amarrado em um acordo que mais parece um pacto sem volta. E não foi com qualquer grupo: foi justamente com os Abreus, família que carrega a fama de nunca soltar o osso quando consegue encostar os dentes.

Dizem nos bastidores que Laurez teria prometido entregar 60% da máquina estatal ao comando de Irajá Abreu, que se coloca hoje como o verdadeiro líder do clã. Se confirmada, essa movimentação deixa claro que o governador de direito se torna, na prática, um fantoche de família — uma família que há anos tenta emplacar o seu domínio absoluto no Tocantins.

O mais curioso é que junto com os Abreus vem também a turma do PT, silenciosa, paciente, esperando apenas o momento certo para abocanhar sua parte no bolo. Ou seja, ao abrir mão do controle político do estado, Laurez não apenas fragiliza sua imagem como líder, mas cria as condições perfeitas para que velhos conhecidos da política nacional ditem os rumos da gestão local.

Na prática, o que está se desenhando é um governo dividido, onde o Palácio Araguaia corre o risco de se tornar uma espécie de condomínio político: cada ala com seu controle, cada grupo com seu interesse, e o povo — como sempre — ficando em segundo plano.

O Tocantins vive, portanto, um momento de alerta. Porque quando um governador cede mais do que governa, o estado inteiro paga o preço.