Você já viu algum político tocantinense falar sério sobre tecnologia, inovação, economia criativa ou cultura gamer? Se viu, guarde esse momento — porque é raro.
Enquanto o mundo discute inteligência artificial, capacitação digital, robótica nas escolas e startups movendo a economia, no Tocantins a pauta política ainda gira em torno de velhas fórmulas: asfalto, ambulância e tapinha nas costas.
Mas quem está nascendo hoje não vai viver num mundo de promessas rasas. Vai viver num mundo onde saber programar vale mais do que um currículo impresso. Onde a criatividade conecta mais que um cabo de internet. Onde juventude não quer apenas "ser ouvida" — quer espaço, quer protagonismo, quer voz com microfone ligado.
E aí fica a pergunta incômoda: o que os nossos líderes estão fazendo hoje para preparar o Tocantins de amanhã? A resposta, infelizmente, é quase nada.
Nossos jovens seguem órfãos de políticas públicas que falem sua língua. Faltam centros de inovação, laboratórios de tecnologia, incentivo real à cultura digital. A juventude tocantinense está cheia de talentos — mas continua tendo que procurar fora do Estado as oportunidades que aqui nunca chegam.
Enquanto isso, o debate político parece preso em um looping de eleições que só trocam as placas, mas não atualizam os planos.
Está mais do que na hora de virar essa chave.
Se a política tocantinense continuar ignorando a juventude e a transformação digital, o futuro não será apenas adiado. Ele vai embora.
E quando isso acontecer, nem toda emenda no orçamento vai conseguir corrigir o atraso.
O Tocantins precisa parar de olhar pelo retrovisor. Porque o futuro já está na esquina — só falta coragem para abrir a porta.
Texto de: Lucas Tolentino, Ex-Diretor de Negócios e Expansão AJEE/TO